Parceria ONGs e empresas: impacto multiplicado
“A união faz a força”. O ditado é antigo e pode até soar clichê, mas a mensagem é muito verdadeira, especialmente quando falamos sobre parceria entre ONGs e empresas.
Atuando cada uma numa ponta da corrente da transformação social, as organizações sociais e as empresas desempenham um papel fundamental nos processos de atendimento às necessidades da sociedade.
Mas como é possível formular uma parceria de sucesso entre as instituições e as empresas? Neste artigo, falaremos sobre alguns dos caminhos possíveis.
Quais os ingredientes para o sucesso desta parceria?
Organizações sociais e empresas possuem formas distintas de trabalhar ações de apoio à sociedade. Para que a parceria entre as duas partes dê certo, é preciso que haja alguns ingredientes especiais e fundamentais.
Quebra de hierarquias e barreiras
O primeiro deles é a quebra de hierarquias e barreiras. Muitas vezes, a posição de influência das empresas faz com que a parceria já seja estabelecida com um tom hierárquico, como se, de fato, um fosse o chefe do outro.
Mas, se pararmos para pensar bem, isso vai contra a essência do termo parceria — que, no dicionário, é definida como uma relação de colaboração entre as partes em nome da realização de um objetivo comum.
É fundamental que, antes mesmo de dar início ao projeto, empresas e organizações sociais trabalhem a quebra de hierarquias e barreiras (muitas delas originadas pelo desconhecimento do trabalho do outro) e procurem aproximar-se através daquilo que os une: o propósito de transformar contextos.
Respeito
Organizações diferentes atingem os próprios objetivos por vias diferentes. Por isso, o conceito-chave para uma parceria de sucesso é o respeito às particularidades de cada parte envolvida no projeto.
Compreendendo o papel de cada um, é possível estabelecer uma relação de conhecimento, com benefícios para todos!
Transparência
Uma parceria de sucesso precisa de unir o respeito, mencionado acima, a outras duas práticas fundamentais: transparência e comunicação.
Apenas conseguirão estabelecer os objetivos alcançados com o projeto, as organizações envolvidas, precisando de conversar sobre o assunto, expondo os seus pontos de vista, compartilhando expectativas, medos e experiências.
Além disso, qualquer desencontro ou limitação estruturada ou vivenciada por empresas ou instituições deve ser levado para as reuniões como um ponto de melhoria.
Este é o segredo para executar um projeto que seja relevante para ambas as partes.
Flexibilidade
Estamos a falar sobre dois perfis de organizações com características e processos de gestão bastante diversos. Por isso mesmo, ter flexibilidade é essencial!
Será preciso encontrar, dentro das rotinas de cada uma, as intersecções possíveis para a realização da parceria. E isso diz respeito a horários, dimensão e disponibilidade da equipa, recursos, frequência e calendarização das ações e reuniões.
Entender a disponibilidade de cada um dos lados e flexibilizar expectativas são os toques finais para que a receita da parceria entre instituições e empresas seja um sucesso.
De que forma se cria uma parceria entre Organizações Sociais e empresas?
Tendo em mente os ingredientes essenciais para a receita da parceria entre instituições e empresas, é hora de colocar a mão na massa! Seguindo os passos abaixo, será possível criar uma iniciativa de impacto positivo na sociedade e com resultados efetivos para os envolvidos!
1- Conversar para compreender as necessidades e ações de ambos os lados
O primeiro passo para construir uma parceria entre instituições e empresas é a reunião de alinhamento. Através dela, é possível compreender quais as reais necessidades e ações da organização.
Muitas vezes, ações elaboradas exclusivamente pelas empresas seguem a lógica da Responsabilidade Social Empresarial e estão repletas de boas intenções, mas acabam por não ajudar a resolver problemas e amenizar as dificuldades reais das instituições.
Em contrapartida, as Organizações Sociais podem ter em mente um modelo de parceria que atenda perfeitamente as suas causas, mas que não se encaixa nos objetivos da empresa ou nos recursos que ela tem disponíveis.
A solução para este impasse é definir com clareza as ações, objetivos e exigências de cada um dos lados, levando em consideração o propósito de cada uma.
2- Estruturar coletivamente um modelo de parceria que atenda às partes e respeite a sua autonomia
Com o diálogo aberto, é hora de começar a construir o sentido da parceria. O foco, aqui, deve ser considerar as necessidades da instituição, da empresa e dos voluntários que atuarão no projeto.
Quanto mais claro for o esqueleto da parceria, mais fácil será a sua execução. Portanto, neste momento, os envolvidos não devem poupar esforços para definir cada detalhe: desde definições macro (como o objetivo a ser alcançado e o impacto procurado) até pormenores logísticos (locais de realização das reuniões, fornecimento de materiais para a realização do projeto — de material de escritório ao snack da equipa —, meio de transporte, horário de realização dos encontros e das ações de voluntariado, etc.).
Este é o momento de entender as contrapartidas de ambas as partes. O que a organização social oferece à empresa? Um projeto já em desenvolvimento? Uma necessidade pontual? A oportunidade de criar uma nova iniciativa?
O que a empresa oferece à instituição? Uma equipa fixa de voluntários? Disponíveis em horário comercial ou apenas aos fins de semana? Haverá algum tipo de investimento financeiro?
3- Manter um cronograma de encontros e reuniões para avaliação da parceria
Para que alcance bons resultados, um projeto (em especial os de média e longa duração) necessitam um acompanhamento constante.
Por isso, uma dica importante é construir, junto à empresa parceira, um cronograma de reuniões para avaliação de resultados e feedbacks sobre o projeto.
Desta forma, é possível aparar arestas e aperfeiçoar o programa desenvolvido.
Uma dica de ouro para a etapa de acompanhamento é criar indicadores que permitam avaliar o desempenho do projeto. Esses indicadores devem ser traçados no ponto 2 do passo a passo, durante o desenvolvimento da finalidade da parceria entre instituições e empresas.
Os padrões podem ser definidos de acordo com as características do trabalho desenvolvido, mas é fundamental que sejam:
- mensuráveis, permitindo a contabilização e comparação entre resultados;
- frequentes, possibilitando avaliações periódicas;
- realistas, traduzindo com precisão o progresso do projeto.
Os benefícios da parceria entre organizações sociais e empresas
Os benefícios da parceria entre organizações e empresas são muitos, e tem um potencial de impacto muito grande!
Enquanto, para as organizações sociais, a parceria representa a possibilidade de ganhar recursos e desenvolver os seus projetos, para as empresas, traz resultados internos (com o aumento do senso de pertencer à organização, a satisfação dos colaboradores com o posicionamento social da empresa) e externos (aumento da reputação, redução de riscos e valor social agregado em diversas esferas).
Ao mesmo tempo, ganham os voluntários, que, desenvolvendo a solidariedade, apresentam, também, inúmeras competências profissionais e pessoais, e a sociedade, que encontra melhores condições de vida com os frutos da parceria entre instituições e empresas.
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