Empresas que fazem a diferença

E do ESG: um olhar sobre a transversalidade da agenda

Quando falamos em E do ESG, o que te vem à cabeça de imediato? Questões ambientais? Crises climáticas? O papel das empresas na construção de um futuro sustentável? 

Sim, o E de ESG, em muitos casos, é tratado como a materialização da ideia de sustentabilidade. Mas será que apenas este pilar diz respeito à construção do futuro que queremos ver? 

No artigo de hoje, vamos trazer à discussão o papel do E de ESG, referente às boas práticas Ambientais. Queremos a sua ajuda para refletir sobre a ideia de transversalidade e de interconexão entre ele e o S, de Social. 

Vamos juntos?

O que você precisa saber antes de começar a leitura? 

É importante ter em mente que, após a pandemia do novo coronavírus — um divisor de águas para o comportamento do mercado e das empresas — a ideia de sustentabilidade ganhou destaque.

De acordo com este estudo, realizado pela Anbima, 86% das gestoras de ativos afirmaram que o tema ganhou mais relevância para elas nos últimos 12 meses. E vamos além: 52% dos entrevistados afirmaram que sustentabilidade ganhará mais relevância nos próximos 12 meses, enquanto 38% acham que a discussão terá um pouco mais de importância. 

Sustentabilidade: do que estamos falando? 

Uma breve busca na internet pelo termo “sustentabilidade” nos leva a uma infinidade de conceitos que mantêm uma essência comum: sustentabilidade é o processo que possibilita satisfazer as necessidades das gerações atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras. 

Mas, diferente do que muitas empresas acreditaram ao longo dos anos, a ideia de sustentabilidade vai além de boas práticas ambientais. 

Para auxiliar no entendimento da sustentabilidade como um conceito amplo e recheado de vieses, a ONU desenvolveu uma espécie de “guia” para a concretização de um futuro sustentável. São os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, agenda composta por 17 diretrizes e 169 metas que ajudam a entender a sustentabilidade sob uma ótica verdadeiramente ampla, buscando acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

Com a orientação dos ODS, empresas, gestoras de ativos e cidadãos podem repensar suas maneiras de agir para se tornarem agentes de transformação positiva. Dessa forma, contribuem para solucionar problemas globais e para assegurar a existência de um futuro para as próximas gerações.

E o ESG com isso? 

A ideia de ESG começou a ganhar visibilidade no mercado financeiro em 2004, no relatório Who Cares Wins. A partir daí, tornou-se ainda mais popular com a menção em grandes fóruns até explodir com a publicação das cartas da BlackRock, em 2020. 

A publicação, direcionada a investidores e acionistas, destacava que, a partir daquele momento, a adoção dos critérios ESG seria essencial para a definição de investimentos em iniciativas. 

Deste momento em diante, empresas de todos os portes e segmentos começaram a observar os critérios Ambiental, Social e de Governança com outros olhos. E essa mudança no mindset contribuiu ainda mais com a internalização da ideia de ODS nas empresas. 

Mais do que ações pontuais de responsabilidade social e voluntariado, era preciso desenvolver iniciativas perenes em prol do desenvolvimento sustentável — e encontrar caminhos para mostrar tais iniciativas à sociedade e aos seus investidores. 

O que o E de ESG considera? 

A pesquisa da Anbima, citada na introdução deste artigo, também apontou que, ao longo dos anos, o aspecto de Governança foi o mais considerado por gestoras de ativos. Isso porque, historicamente, transparência e ética são critérios vistos como essenciais para uma decisão de investimento. 

Entretanto, o aspecto ambiental também aparece entre os considerados, sobretudo com questões referentes às ações tomadas pelas organizações no que tange a:  

  • Uso de recursos naturais; 
  • Enfrentamento à crise climática; 
  • Tecnologia limpa;
  • Redução da poluição;
  • Eficiência energética;
  • Emissão de carbono (e a busca pelo Net-Zero).

 

(Fonte: Anbima)

A “mentira verde”: fuja da prática de greenwashing!

Conhecer as preferências dos investidores no quesito ambiental pode ajudar as empresas a direcionarem seus esforços de marketing e divulgação de resultados. 

No entanto, é preciso seguir a máxima do ESG e agir com transparência, fugindo de estratégias vazias ou mentirosas. O termo “Greenwashing”, que pode ser traduzido como “lavagem verde”, diz respeito a este uso de práticas ambientais como estratégias de marketing. O famoso “fala, mas não faz”. 

Empresas que usam esta estratégia promovem discursos, publicidade e até ações que não se sustentam na prática. Porém, como o boom do termo ESG, ousar utilizar o greenwashing para impressionar investidores ou aumentar a reputação da marca pode levar a sérias consequências, inclusive o prejuízo financeiro. 

O segredo para escapar dessa armadilha? 

  • olhar com atenção e realismo para as práticas ambientais da empresa;
  • mensurar cuidadosamente o impacto das ações adotadas;
  • checar os resultados obtidos (o que pode ser feito com a ajuda de consultorias e empresas terceiras);
  • criar e divulgar relatórios periódicos e detalhados; 
  • só então, divulgar (e de forma transparente!).

Fique por dentro: leia algumas notícias sobre Greenwashing em instituições globais e saiba o que NÃO fazer: 

Agenda Socioambiental: E + S do ESG

Pode parecer difícil de imaginar em um primeiro momento, mas há uma conexão maior do que se imagina entre o S do ESG e a agenda Ambiental.

Para começar a entender essa profunda relação, que tal abrir o olhar para fora das empresas? É hora de observar a estrutura da nossa sociedade. 

E quem nos ajuda com isso é Carlo Pereira, Secretário Executivo do Pacto Global no Brasil, em entrevista para a Capital Reset. Carlo aponta que “os fóruns internacionais sempre relegaram a segundo plano o impacto desproporcional dos eventos climáticos extremos sobre populações vulneráveis, a dificuldade para a transição para uma economia de baixo carbono pelos países em desenvolvimento e o papel nas negociações dos povos originários”.

Carlo prevê, diante de uma constatação impactante como esta, que a discussão deixe de focar exclusivamente em questões relacionadas ao carbono para ampliar o debate, incluindo também os impactos das ações na biodiversidade e nas pessoas.

Outro especialista em ESG que reforça a inegável relação transversal entre o E e o S é Fabio Alperowitch, gestor da FAMA Investimentos. Ele afirma que “aqueles que ainda classificam o assunto como uma questão ambiental estão muito longe de entender suas consequências”. 

E a explicação desta afirmação vai de encontro ao que defende Carlo Pereira. Para ele, mudanças climáticas têm uma série de consequências sociais, por isso, limitá-las à questão ambiental é um engano. 

“Se continuarmos nessa trajetória de aquecimento, a produção de grãos cairá 30%. Com menos oferta, os alimentos ficam mais caros e a fome aumentará. Além disso, de acordo com o Banco Mundial, os refugiados do clima passam de 300 milhões. Imagine as consequências sociais se continuarmos no processo de aquecimento que tornará diversas áreas inabitáveis ao ser humano”, aponta Fábio, em entrevista para a IstoÉ Dinheiro. 

Mais sobre ESG? 

Refletir sobre as práticas ESG pode ajudar a sua empresa a posicionar a estratégia de negócio. Se você ainda não tem familiaridade com o assunto, ou busca caminhos para se manter por dentro das tendências e questões relacionadas ao tema, temos uma boa notícia. 

Continue refletindo sobre o E do ESG com a gente!

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