
Doações em Criptomoedas: o que a sua organização social precisa saber
Se você segue o nosso blog, já percebeu que a utilização da tecnologia blockchain e das doações em criptomoedas pelas organizações sociais é uma das principais tendências para 2022.
Mas mais do que uma tendência, esta tecnologia abriu as portas a novos doadores e formas de arrecadar recursos para causas solidárias. O potencial é enorme, mas este é ainda um tema recente. Por isso, existem muitas dúvidas sobre o que ele significa para o setor social e como o segmento pode usufruir do mercado.
No artigo de hoje, vamos esclarecer estas questões e explicar por que a sua organização social deve dar os primeiros passos para começar a receber doações em criptomoedas.
Continue a ler para entrar na nova era das criptomoedas!
Criptomoedas: fatos, dados e exemplos no setor solidário
Nos últimos anos, a aquisição de criptomoedas tem aumentado exponencialmente. Seu potencial de crescimento é gigante.
Basta vermos que o valor de mercado das 10 maiores criptomoedas excede, atualmente, 1 trilhão de dólares e que existem mais de 100 milhões de utilizadores destas moedas no mundo, um número maior a cada dia.
Estas são boas notícias para o setor solidário, já que o mercado das criptomoedas gerou, também, um novo doador e uma nova forma de arrecadar recursos para ajudar causas. Esse movimento trouxe também o poder de efetivamente mudar a realidade de muitas organizações sociais em dificuldades.
Por que? Nós explicámos!
Segundo um estudo recente da Fidelity Charitable, um investidor em criptomoedas é normalmente mais generoso do que os investidores tradicionais. No entanto, o mesmo estudo identificou que 46% destes doadores têm dificuldade em encontrar organizações sociais que aceitem doações nessas moedas.
E tem mais! O mesmo estudo indica que cada ano que passa registra um aumento significativo de doações em criptomoedas. Em 2020, por exemplo, cerca de 45% dos investidores em criptomoedas doaram a organizações sociais, comparativamente a apenas 33% dos investidores tradicionais.
Quem são estes doadores e o que os influencia?
Um estudo revelou que 94% dos investidores de criptomoedas têm entre 18 e 40 anos, sendo a maioria destes da geração Millennials. Vale lembrar que esta geração cresceu com acesso à internet e a tecnologia.
Normalmente, as causas que chamam a atenção a este tipo de doadores têm grande exposição online e são muito faladas nas redes sociais.
Exemplo disso são os 100 milhões de dólares doados em criptomoeda para ajudar a Ucrânia, que resultaram de um conjunto de relatos e testemunhos sobre a guerra no Twitter. Da mesma forma, um movimento foi criado nas redes sociais para ajudar a Índia durante a segunda onda da pandemia por Covid-19, com várias doações em criptomoedas, entre elas, um bilhão de dólares doados pelo co-fundador da Ethereum, Vitalik Buterin.
Prepare a sua OSC para receber criptomoedas
É, então, imperativo que a sua organização social esteja pronta para receber este tipo de doações e usufruir da oportunidade. Afinal, só aquelas que se atualizarem e adicionarem esta forma de captar doações aos métodos tradicionais vão poder receber o dinheiro destes novos doadores.
Estes dados não passam despercebidos às grandes organizações sociais e ambientais como a Greenpeace, UNICEF ou Cruz Vermelha. Elas começaram a aceitar doações em criptomoedas e a comunicar esse novo método com o seu público. Isso porque a facilidade em transferir dinheiro digital para qualquer parte do mundo permite a qualquer OSC (mesmo as mais pequenas) ter doadores internacionais e não estar limitada às suas zonas de atuação.
Que implicações têm as criptomoedas para as organizações sociais?
Este é um assunto recente para a maioria das organizações sociais. Portanto, a maioria das implicações na arrecadação por meio de criptomoedas ainda é desconhecida.
Para te ajudar com isso, compilamos alguns tópicos organizados pela Freewill sobre este tema:
1- Aceitar criptomoedas pode promover o aumento da arrecadação de doações
Em uma análise a um milhão de declarações fiscais de organizações sociais durante um período de 5 anos, percebeu-se que quem aceita apenas doações em dinheiro, teve um crescimento de doações de apenas 11%. Em paralelo, organizações sociais que aceitam títulos como ações ou criptomoedas tiveram um aumento de 66%.
Como algumas criptomoedas, como a Bitcoin, aumentaram bastante o seu valor ao longo destes últimos anos, pode ser também uma opção não convertê-las em dinheiro e manter as moedas na carteira da instituição. Embora seja uma ação com algum risco, também é possível colher bons resultados. Afinal, os ativos podem valorizar e representar um grande aumento na captação de recursos para as organizações.
2- Aceitar criptomoedas pode trazer um novo conjunto de doadores
Como já explicámos, nos últimos anos, as criptomoedas tornaram-se numa nova fonte de riqueza para muitas pessoas.
Como é um setor em crescimento, as organizações sociais devem estar atentas e criar canais de comunicação e doação para essas pessoas. Na medida em que mais gente compra criptomoedas e consegue acumular mais dinheiro, é natural que queiram doar parte dessa riqueza a causas sociais.
Se as organizações sociais tiverem disponíveis formas de receber doações em criptomoedas, podem explorar este novo tipo de doadores.
3- As doações em criptomoedas podem ajudar a conseguir doações maiores dos mesmos doadores
Dependendo das leis financeiras do país, os doadores de criptomoedas podem evitar algumas taxas e receber deduções aos seus impostos.
Isto significa que fica mais barato doar uma quantia em criptomoeda do que vender essa quantia e doar em dinheiro. Além disso, as doações de cripto tendem a ser maiores que as doações tradicionais (mesmo dos mesmos doadores) já que têm alguns benefícios fiscais.
4- Mas existem ainda muitas questões a ponderar
Como este mercado ainda não está completamente regulamentado, existem ainda várias questões a ter em conta. Aqui estão 3 pontos que levantam algumas preocupações nas organizações sociais. Você se identifica com alguma delas?
- Muitas doações acontecem de forma anônima: como os IDs das carteiras digitais não estão conectadas às informações pessoais dos seus donos, pode ser difícil verificar quem doou.
- O valor das criptomoedas pode flutuar drasticamente ao longo de um dia: se as organizações não monitorarem as doações regularmente, podem encontrar discrepâncias entre os valores doados e o valor convertido para moeda tradicional. Da mesma forma, é necessário decidirem se sempre que receberem doações vão vendê-las imediatamente ou guardar os montantes em criptomoeda.
- As leis que regulam as criptomoedas não são consistentes, nem funcionam de forma coordenada entre diferentes jurisdições: as leis referentes a este segmento estão em constante mutação e as organizações sociais terão que se adaptar a essas alterações e ao impacto que possam ter no seu funcionamento.
NOVIDADE: ferramenta para ajudar a sua OSC a receber fundos em criptomoeda
A esolidar está desenvolvendo uma nova ferramenta que vai ajudar as organizações sociais a angariarem fundos em criptomoedas, de forma prática.
A ferramenta esolidar web3 funciona em Celo, uma blockchain Proof-of-Stake (PoS) de código aberto, projetada para suportar stablecoins e ativos tokenizados com um mecanismo algorítmico de estabilidade apoiado por reserva.
Isto vai permitir que as organizações sociais da nossa comunidade criem campanhas online e recebam doações em criptomoeda de todos aqueles que queiram ajudar a sua causa. Tudo isso de forma segura e confiável.
Principais benefícios para as organizações e projetos sem fins lucrativos:
- Capacidade de alcançar novos e mais doadores;
- Transparência total, sem intermediários;
- Menor tempo de liquidação de fundos;
- As doações de criptomoedas tendem a ser desproporcionalmente mais caridosas do que os métodos tradicionais.
Para saber mais sobre esta ferramenta e entender como você pode se tornar parte da comunidade de organizações sociais esolidar, entre em contato com o nosso time de suporte aqui!

