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Por que devemos discriminar a favor da diversidade?

Um artigo de opinião sobre a experiência de uma designer de produto no seu ramo profissional… e na sua vida!
por Marina Machado
Product Designer na esolidar


Eu trabalho no setor da tecnologia, uma indústria geralmente dominada por homens. Aliás, durante a minha carreira, era comum que as mulheres representassem apenas cerca de 10% do time de engenheiros.

Sempre que faziam uma nova contratação eu ouvia…

Por que devemos preferir contratar uma mulher “menos qualificada”, mas que preencha uma cota de diversidade? Se estamos tentando tratar todos como iguais, porque devemos discriminar a favor da diversidade?

Me deixem contar uma história…

A minha mãe é o que consideramos uma deficiente visual. Ela tem descolamento de retina, degeneração vítrea e até (antes da sua cirurgia) quase 20 dioptrias em um olho e 18 no outro, secura ocular e, infelizmente, a lista continua.

Em outras palavras, um olho não pode ver e o outro vê o mundo como se através de um queijo suíço… tudo isto enquanto luta com a percepção de profundidade.

Quando passeamos, eu tenho que estar alerta e ver por onde andamos, pois, não quero que ela caia. Coisas simples como estradas pavimentadas, escadas assimétricas ou sem textura, e qualquer pequena elevação são, para ela, armadilhas, mas para a maioria de nós, são direitos adquiridos.

A palavra-chave aqui é “a maioria de nós”. Mas, afinal, o que é “a maioria de nós”? 99%? 90%? 80% Onde definimos a linha?

A resposta é simples: Não deveria ser importante.

Design acessível é design para todos

Eu sou product designer. Isso significa que o meu trabalho é pensar e desenhar produtos de software que sejam úteis, usáveis e agradáveis. Como tal, o meu cérebro está pré-formatado para considerar a acessibilidade e tento sempre desenhar soluções que sejam fáceis de usar por todos.

O que aprendemos na minha área é que um design acessível, algo que foi pensado para incluir todos, não é apenas melhor para a minoria, mas melhor para todos.

Deixem-me apresentar um exemplo de design:

De acordo com o Colorblind Guide, 1 em cada 12 homens é daltônico e 1 em 200 mulheres é daltônica, representando aproximadamente 4,5% da população mundial.

Agora olhe para a imagem inferior. Qual dos exemplos é mais fácil de entender?

A resposta é C. Afinal, ela é a mais redundante, usando texto, cor e iconografia. E o que isso significa, na prática?

  • como não usa apenas cores, os daltônicos conseguem fazer a distinção;
  • já que não usa texto, ninguém pode interpretar mal o simbolismo da cor;
  • como usa um ícone, é ainda mais fácil de reconhecer para todos!

Incrível não é?

Pensar em diversidade é ser mais eficiente e inovador, pois suscita novas preocupações e torna qualquer empresa mais competitiva.

Chegou até aqui? Aproveite para ler mais sobre os benefícios da diversidade nas empresas!

Impactos da falta de diversidade: um exemplo prático

Um aplicativo de reconhecimento facial que não detecta uma pessoa devido à cor de sua pele significa que ninguém, desde a concepção do produto até o teste e a produção, levantou essa preocupação.

Isto provavelmente significa que nenhum negro trabalhava nessa empresa ou a empresa não era um lugar seguro para eles falarem.

  • Vocês acreditam que uma pessoa negra gostaria de integrar uma empresa dessas?
  • Que um utilizador confiaria em um algoritmo tão falível?
  • Acreditam que um consumidor se importaria com uma empresa que não pensa em todos?
  • Pensam que um stakeholder gostaria de investir em uma empresa associada a esse tipo de escândalo?

A resposta é não, não, não e não.

Leia mais sobre como as empresas que trabalham o S de ESG e valorizam a diversidade são mais sólidas e confiáveis.

A Diversidade traz muito mais

A diversidade traz mais do que competências. Traz diferentes conhecimentos, experiências e pontos de vista. É por isso que não se pode comparar competências de forma linear ao contratar pessoas.

Deixo-vos para refletir esta citação de Mike Monteiro:

“Nos dias de hoje, se você está construindo uma ferramenta com um alcance global, especialmente uma ferramenta no domínio social, simplesmente não pode deixá-la para uma sala cheia de homens brancos. O Twitter não foi construído para lidar com assédio, abuso, sexismo, racismo. Eles não desenvolveram essas coisas na plataforma, pois ninguém que a construiu jamais vivenciou essas coisas e agora esses problemas são grandes demais para serem corrigidos.”

Mike Monteiro

Continue refletindo sobre o S do ESG com a gente!

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