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E de ESG: um olhar sobre a transversalidade desta agenda

Quando falamos em E de ESG, o que lhe vem à cabeça de imediato? Questões ambientais? Crises climatéricas? O papel das empresas na construção de um futuro sustentável? 

Sim, o E de ESG, em muitos casos, é tratado como a materialização da ideia de sustentabilidade. Mas será apenas este pilar responsável pela construção do futuro que queremos ver? 

No artigo de hoje, vamos discutir o papel do E de ESG, referente às boas práticas Ambientais. Vamos querer a sua ajuda para refletir sobre a ideia de transversalidade e de interconexão entre esse critério e o S, de Social. 

Está preparado?

O que deve saber antes de começar esta leitura? 

É importante ter em mente que, após a pandemia de coronavírus — que funcionou como um disruptor do comportamento dos mercados e das empresas — a ideia de sustentabilidade ganhou um maior destaque.

De acordo com a Allianz GI, em Portugal, cerca de 92% dos investidores já está interessado em temas relacionados com a sustentabilidade e 87% refere que investiria em fundos com objetivos de desenvolvimento sustentável. 

Sustentabilidade: de que estamos a falar? 

Uma breve pesquisa na internet pelo termo “sustentabilidade” leva-nos a uma infinidade de conceitos com algo em comum. Todas dizem que sustentabilidade é o processo que possibilita satisfazer as necessidades das gerações atuais, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. 

Mas, para além do que muitas empresas acreditaram ao longo dos anos, a ideia de sustentabilidade vai além de boas práticas ambientais. 

Para ajudar a perceber a sustentabilidade como um conceito amplo e cheia de particularidades, a ONU desenvolveu uma espécie de “guia” para um futuro sustentável. São os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma agenda composta por 17 diretrizes e 169 metas que ajudam a entender a sustentabilidade de forma verdadeiramente ampla, procurando acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam usufruir de paz e de prosperidade.

Com a orientação dos ODS, empresas, gestoras de ativos e cidadãos podem repensar a sua forma de agir para se tornarem agentes de transformação positiva. Desta forma, contribuem para solucionar problemas globais e para assegurar a existência de um futuro para as próximas gerações.

E o que tem o ESG a ver com isso? 

A ideia de ESG começou a ganhar visibilidade no mercado financeiro em 2004, no relatório Who Cares Wins. A partir daí, tornou-se ainda mais popular ao ser mencionado em grandes eventos, até explodir com a publicação das cartas da BlackRock, em 2020. 

A publicação, direcionada a investidores e acionistas, destacava que, a partir daquele momento, a adoção dos critérios ESG seria essencial para a definição de investimentos em iniciativas. 

Desse momento em diante, empresas de todos os portes e segmentos começaram a observar os critérios Ambiental, Social e de Governança com outros olhos. E essa mudança no mindset contribuiu ainda mais com a internalização da ideia de ODS nas empresas. 

Mais do que ações pontuais de responsabilidade social e voluntariado, era preciso desenvolver iniciativas duradouras em prol do desenvolvimento sustentável — e encontrar caminhos para mostrar tais iniciativas à sociedade e aos seus investidores.

O que inclui o E de ESG? 

Ao longo dos anos, o critério de Governança foi o mais considerado por gestoras de ativos. Isso acontece porque, historicamente, a transparência e a ética são critérios vistos como essenciais para uma decisão de investimento. 

Entretanto, o aspeto ambiental também aparece entre os considerados, sobretudo no que concerne às ações tomadas pelas organizações, referentes a:  

  • Uso de recursos naturais; 
  • Combate à crise climatérica; 
  • Tecnologia limpa;
  • Redução da poluição;
  • Eficiência energética;
  • Emissão de carbono (e a procura pelo Net-Zero).

(Fonte: Anbima)

A “mentira verde”: evite práticas de greenwashing!

  • olhar com atenção e realismo para as práticas ambientais da empresa;
  • medir cuidadosamente o impacto das ações adotadas;
  • verificar os resultados obtidos (o que pode ser feito com a ajuda de consultorias e empresas terciárias);
  • criar e divulgar relatórios periódicos e detalhados; 
  • só então, divulgar (e de forma transparente!).

Conhecer as preferências dos investidores em relação às questões ambientais pode ajudar as empresas a direcionarem os seus esforços de marketing e divulgação de resultados. 

No entanto, é preciso seguir a máxima do ESG e agir com transparência, fugindo de estratégias vazias ou enganadoras. O termo “Greenwashing”, que pode ser traduzido como “lavagem verde”, diz respeito ao uso de práticas ambientais como estratégias de marketing. O famoso “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. 

Empresas que usam esta estratégia promovem discursos, publicidade e até ações que não se materializam na prática. Mas, ousar utilizar o greenwashing para impressionar investidores ou aumentar a reputação da marca pode levar a sérias consequências e, até, prejuízo financeiro. 

O segredo para escapar a essa armadilha?

Atualize-se: leia algumas notícias sobre Greenwashing em empresas globais e veja o que NÃO fazer: 

Agenda Socioambiental: E + S de ESG

Pode parecer difícil de imaginar num primeiro momento, mas há uma ligação maior do que se pode imaginar entre o S de ESG e a agenda Ambiental.

Para começar a perceber essa relação profunda, que tal começar a olhar para além das empresas? Vamos observar a estrutura da nossa sociedade. 

Quem nos vai ajudar com isto é Carlo Pereira, Secretário Executivo do Pacto Global no Brasil, em entrevista para a Capital Reset. Carlo aponta que “os fóruns internacionais sempre relegaram para segundo plano o impacto desproporcional dos eventos climáticos extremos sobre populações vulneráveis, a dificuldade para a transição para uma economia de baixo carbono pelos países em desenvolvimento e o papel nas negociações dos povos originários”.

De acordo com esta ideia poderosa, Carlo prevê que a discussão deixe de focar exclusivamente em questões relacionadas com o carbono para alargar o debate, incluindo também os impactos das ações na biodiversidade e nas pessoas.

Outro especialista em ESG que reforça a inegável relação transversal entre o E e o S é Fabio Alperowitch, gestor da FAMA Investimentos. Ele afirma que “aqueles que ainda classificam o assunto como uma questão ambiental estão muito longe de entender as suas consequências”. 

A explicação desta afirmação vai ao encontro do que defende Carlo Pereira, que mudanças climáticas têm uma série de consequências sociais, por isso, limitá-las à questão ambiental está errado. 

“Se continuarmos nessa trajetória de aquecimento, a produção de grãos cairá 30%. Com menos oferta, os alimentos ficam mais caros e a fome aumentará. Além disso, de acordo com o Banco Mundial, os refugiados do clima passam de 300 milhões. Imagine as consequências sociais se continuarmos no processo de aquecimento que tornará diversas áreas inabitáveis ao ser humano”, aponta Fábio, em entrevista para a Isto É Dinheiro. 

Mais sobre ESG? 

Refletir sobre as práticas ESG pode ajudar a sua empresa a posicionar a estratégia de negócio. Se ainda não tem familiaridade com este assunto, ou procura formas de estar por dentro das tendências e questões relacionadas com este tema, temos uma boa notícia. 

Continue a aprender sobre o E de ESG connosco!

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