Empresas que fazem a diferença

4 reflexões sobre empresas e ESG a partir dos conflitos na Ucrânia

Nos últimos meses, os conflitos na Ucrânia abriram os olhos de todo o mundo. A tensão em escala global, neste momento, atinge a esfera humanitária, e impacta também no mundo corporativo.

Diante de um posicionamento expressivo de centenas de empresas, que retiraram sua atuação da Rússia e começaram a repensar parcerias e a dependência de insumos do país em nome da responsabilidade social e da diplomacia econômica, uma questão veio à tona.

Estamos diante de uma transformação ESG? A situação na Ucrânia será um passo fundamental para levar as corporações da teoria para a prática? 

No artigo de hoje, reunimos algumas das reflexões geradas a partir da observação do movimento global diante da crise política e humanitária dos últimos meses.

Influência das corporações no conflito

Antes de partirmos pra a avaliação do “ESG pós-conflitos na Ucrânia”, separamos alguns conteúdos que podem te ajudar a entender a dimensão do acontecimento.

Veja de que forma a atuação das grandes corporações impacta nos aspectos Social, Ambiental e Econômico dos dois principais países em conflito. 

Novo ESG? Ucrânia e 4 lições dadas às empresas

A maneira como as empresas se posicionaram até agora no conflito entre Rússia e Ucrânia sinalizam um movimento de ação após um período de conscientização. Para muitas delas, tornou-se inaceitável, por exemplo, manter negócios com empresas sediadas na Rússia. 

Da mesma forma, muitas gestoras de ativos e investidores tomaram a iniciativa de remover fundos russos de seu portfólio. A ação conversa diretamente com a ideia de que fundos com preocupações relacionadas aos critérios ESG tendem a ser valorizados. O oposto, é claro, acontece quando os aspectos Ambiental, Social e de Governança são postos de lado. 

Que outras tendências devem ser observadas sob esta ótica? Quais cuidados podem ser tomados para que haja equilíbrio entre os pilares ESG nas decisões das empresas em conflitos como este? 

A seguir, te convidamos a refletir conosco sobre 4 aspectos. 

1. Posicionamento em relação a fornecedores e parceiros

Rever cadeias de suprimentos e logística em busca de processos mais sustentáveis, locais e independentes é uma demanda ESG. 

Além disso, nos últimos anos, a pandemia já vinha trazendo a consciência de que, para muitas empresas, a dependência de outros países e a fragilidade de suas cadeias eram realidades. 

Com a guerra na Ucrânia, mais uma vez, a situação vem à tona: países e empresas enfrentam escassez e aumento no custo de seus insumos, reforçando a necessidade de uma revisão das cadeias internacionais e a busca por novos fornecedores. 

A tendência, neste caso, é de que as empresas e países incorporem um comportamento semelhante àquele que identificam em seus consumidores, sobretudo da geração Millennial em diante. 

Assim como cresce a busca do público final por produtos com processos sustentáveis, originários de cadeias produtivas locais e transparentes, deve crescer a preocupação dos negócios com relação a seus fornecedores e parceiros.

2. Mais atenção à Governança Corporativa e à transparência de processos internos e externos

O posicionamento das empresas com relação aos seus stakeholders e cadeias produtivas pode indicar que a transparência dos processos ganhará mais destaque, bem como o comprometimento com questões de governança corporativa ligadas à integridade do negócio

Outra tendência relacionada a esta temática diz respeito à adoção de moedas digitais. Recentemente, Larry Fink, CEO da gestora de ativos BlackRock, divulgou uma segunda edição da sua tradicional carta anual aos stakeholders. 

No documento, ressalta que “um aspecto pouco debatido dessa guerra é o seu potencial impacto em acelerar a adoção de moedas digitais”.

A tendência, segundo a revista Exame,  é de que, no pós-guerra, os países reavaliem suas dependências de moedas estrangeiras, abrindo caminho para um sistema monetário digital, que tem o potencial de baixar os custos das transações internacionais.

Para refletir 

A adoção de moedas digitais e a busca por transparência em processos de governança corporativa pode ser um impulsionador para a adoção da tecnologia blockchain pelas empresas? Comece lendo sobre o tema e tire suas conclusões! 

3. Um novo olhar ao “Environment” (Ambiente) 

Analistas apostam que, outra consequência possível do conflito entre Rússia e Ucrânia é uma aceleração da transição energética

Antes mesmo da eclosão da guerra, o mundo já passava por um processo de migração de um modelo pautado em combustíveis fósseis para uma matriz baseada em fontes de energia renováveis. 

Além disso, a Rússia já era considerada uma das maiores exportadoras de petróleo do mundo, detentora de 11% de todo o volume transacionado. Por isso, os conflitos desencadearam altas no preço do barril de petróleo e impactos em cadeias industriais de inúmeros países, com destaque para os europeus. 

Diante deste cenário, a tendência é de que os países e empresas intensifiquem os esforços para viabilizar investimentos verdes

4. Demanda por resposta rápida a questões humanitárias e sociais 

O conflito entre Rússia e Ucrânia também abriu os olhos do mundo para questões relacionadas ao S do ESG e o papel das empresas enquanto agentes de transformação. 

Como você viu no início deste artigo, milhões foram arrecadados em ajuda humanitária, e diversas empresas desenvolveram ações de cunho social para atenuar os impactos do combate, que gera números alarmantes como estes, obtidos até março de 2022: 

  • 45% da população da Ucrânia está preocupada em conseguir ter o suficiente para comer. (fonte: Programa Mundial de Alimentos, PMA) 
  • Se a guerra na Ucrânia continuar, 90% da população do país enfrentará altos níveis de pobreza (fonte: PNUD); 
  • Mais de 3,1 milhões de pessoas deixaram suas casas na Ucrânia na condição de refugiados (fonte: Acnur – ONU).

A tendência (e esperança) é que a resposta rápida a questões humanitárias torne-se uma máxima em todas as escalas, e que as empresas se mobilizem de forma contínua para atender também às demandas das comunidades do seu entorno. 

Já ouviu a frase “Pensar global, agir local”? Ela deve ser um mantra das organizações que buscam gerar impacto positivo e contribuir para o desenvolvimento territorial sustentável. 

Ações da esolidar pelo conflito na Ucrânia

A vontade de ajudar empresas e cidadãos a ajudarem no conflito da Ucrânia levou a esolidar à criação da iniciativa Be the Change. Nosso objetivo é realizar iniciativas que facilitem a captação de recursos destinados a diferentes situações de emergência humanitária. 

Em parceria com o impactMarket,  a esolidar lançou uma campanha de crowdfunding com transação em blockchain, além de iniciativas internas para promover o apoio aos cidadãos ucranianos. 

Conheça alguma destas iniciativas e inspire-se para ações na sua empresa: 

  • Vagas para refugiados: a esolidar está disposta a contratar e apoiar refugiados da Ucrânia que chegam a Portugal. As vagas disponíveis estão no portal Startup Portugal e são constantemente atualizadas. 
  • Parceria com Braga SOS Ucrânia: a esolidar apoia a Braga SOS Ucrânia, um movimento da Sociedade Civil de Braga, em parceria com organizações públicas e privadas, que atua para dar resposta aos pedidos de ajuda humanitária para a Ucrânia e aos refugiados ucranianos. 
  • Voucher Solidário: para promover o envolvimento de toda a equipe de colaboradores com a causa, a esolidar disponibilizou vouchers solidários para doações destinadas a organizações sociais de apoio à Ucrânia. 
  • Multiplicação de Doações: a cada doação feita por um colaborador da esolidar a uma organização social que oferece ajuda à crise humanitária da Ucrânia, a esolidar multiplica o valor e destina uma contribuição adicional para a mesma instituição. 

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