2020-01-20 retrato da doação no Brasil
Empresas que fazem a diferença

Um retrato da doação no Brasil

Ser solidário faz parte do DNA do brasileiro? Quando pensamos no volume de notícias ruins que chegam diariamente a nossos celulares e televisões, é difícil acreditar que a doação no Brasil — seja de tempo, recurso ou afeto —  seja uma realidade, não é mesmo? 

Diante desse cenário complexo, pesquisas e estudos realizados no país buscam, a cada ano, compreender o perfil daqueles que, mesmo em meio a tantas adversidade, ainda encontram formas de fazer a diferença.

Quem são essas pessoas e empresas? De que forma fazem suas contribuições? Por que elas escolhem ajudar? É o que descobriremos neste artigo! 

A sociedade civil e a doação no Brasil

Lançado em fevereiro de 2019, o relatório Giving Report: um retrato da doação no Brasil, apresentou uma série de dados que nos ajudam a entender melhor o perfil de quem faz parte do cenário de doação no Brasil e quais são suas motivações e meios. 

A primeira constatação feita pelo relatório é de que oito em cada dez respondentes disseram que fizeram pelo menos uma doação nos últimos 12 meses

As principais causas apoiadas por esses doadores são: organizações religiosas (42%), crianças (29%) e ajuda aos mais pobres (26%). 

O que as pessoas doam

Existem diversas formas de fazer doações no Brasil. Oferecer dinheiro a uma instituição é apenas uma delas, mas ainda é, de longe, a alternativa mais escolhida pelos brasileiros. 

Dinheiro

Setenta por cento das pessoas no país contou à pesquisa que doou dinheiro no último ano, e a forma como o recurso chega às instituições e projetos é bem diversificada. Entre os principais destinos das doações, estão: 

  • igreja ou organização religiosa
  • ONG/organização social
  • patrocínio
  • doações informais a pessoas necessitadas

Tempo

Há, também, a parcela de doadores que opta por oferecer seu tempo em forma de trabalho voluntário. 

Mais de metade dos brasileiros diz ter realizado atividades voluntárias nos últimos 12 meses.

A pesquisa também mostra que os canais pelos quais o voluntariado foi feito são organizações religiosas e ONGs (ambos dividem o mesmo percentual de adeptos), mas existem, ainda, muitas outras formas de realizar esse tipo de trabalho. O voluntariado empresarial é uma delas. Além disso, também é possível atuar junto a órgãos públicos, entidades de bairro, universidades e escolas, e por aí vai.

O importante é encontrar uma causa e abraçá-la com força! 

Doadores de alta renda

A média de valor doado pelo brasileiro beira os R$200. Entretanto, há uma parcela da população, entendida como sendo de “alta renda”, que destina quantidades elevadas à doação no Brasil. 

Este grupo foi avaliado e os dados consolidados no estudo “Pesquisa Comportamental sobre Doadores de Alta Renda”, organizado pela Conectas em parceria com a FGV. 

O estudo apontou que, em 2018, 76,9% dos entrevistados que fizeram doações realizou ao menos uma oferta de dinheiro para organizações ou entidades sociais.

O menor índice entre os doadores foi registrado para “doação de sangue ou órgãos”: apenas 22,4%. 

Há, ainda, uma porcentagem de 20% que afirmou não realizar práticas solidárias ou doações. Para estas pessoas, o conhecimento sobre as instituições, visualização do trabalho realizado e o alinhamento aos valores pessoais são três das razões que os fariam mudar de ideia.  

As empresas e a doação no Brasil

O relatório BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo é um importante termômetro para entendermos as ações das empresas no cenário da doação no Brasil.

Ele apresenta informações sobre o volume de recursos investidos no setor, principais segmentos apoiados e tendências para os próximos anos. 

Com base nos dados do último relatório, podemos dizer que o investimento social total realizado diretamente pelas empresas no ano de 2017 foi de R$ 1,27 bilhão, o que significa que, mesmo diante de um cenário adverso, todas as empresas analisadas se esforçaram para manter os programas desenvolvidos com foco na sociedade. 

Entre os públicos-alvo privilegiados pelas empresas e seus institutos, estão os jovens e as crianças. Além delas, as comunidades do entorno também se destacam entre os atendidos. 

Se pensarmos que o foco da Responsabilidade Social Empresarial deve ser desenvolver e proporcionar melhores condições de vida a quem vive em localidades impactadas pela presença da empresa, podemos dizer que as corporações estão direcionando seus esforços da maneira esperada. 

Em uma análise geográfica, o BISC revela, também, que a região-foco dos investimentos sociais foi a Sudeste. Neste cenário, as regiões Sul e Centro-Oeste têm os menores índices de destinação de verba.

Razões para doar 

Não vamos mentir: nossa lista de razões para doar é imensa! Mas, neste post, vamos focar naquilo que, segundo os dados e as pesquisas, define o perfil da doação no Brasil. 

Sociedade Civil

Para a sociedade civil, as três principais razões para doar são o sentimento positivo, a preocupação com a causa e a vontade de ajudar as pessoas menos favorecidas. 

Neste cenário, as mulheres tendem a incluir na lista, também, a sensação de que podem fazer a diferença e o sentimento de que a doação pode ajudá-las a se tornarem pessoas melhores

Entre os jovens (entre 18 e 24 anos), há, ainda, outros motivo em alta: a influência dos familiares e a intenção de servir como exemplo

Empresas

Quando falamos em organizações empresariais, o cenário é um pouco diferente.

A maioria das empresas reconhece os impactos negativos gerados por suas operações no campo ambiental e social. Entretanto, muitas delas ainda não associam tais impactos às ações realizadas. 

As razões pelas quais empresas realizam investimentos sociais estão essencialmente ligadas ao atendimento de problemas de vulnerabilidade, mas não necessariamente ligados àqueles que se relacionam com o negócio. 

Quando falamos sobre ações de voluntariado, o foco se volta para o público interno. Desenvolver, acolher iniciativas próprias e engajar colaboradores são as principais razões pelas quais as empresas investem em programas de voluntariado empresarial. Após estas três razões, está a assistência a demandas da comunidade

Benefícios de doar

Fazer o bem faz bem! Mas, além disso, há outros benefícios importantes no ato de doar. 

Para as pessoas, doar pode significar compartilhar, despertar empatia, aprender com o outro. 

Pode ser uma oportunidade para desenvolver características como a paciência, a didática e a resignação.

Há, inclusive, pesquisas que tentam comprovar a relação entre a doação e o bem-estar físico, reduzindo as chances de problemas de saúde e doenças mentais. 

Empresas que investem em doação no Brasil também saem ganhando — e muito! Além de impactar positivamente nas comunidades e estimular, em seus colaboradores, o desenvolvimento de todas as características que mencionamos acima, uma rotina de investimentos sociais se relaciona diretamente com a forma como a empresa é percebida na sociedade. 

Posicionamento de marca, melhor relação com stakeholders, percepção dos clientes e reputação na sociedade são alguns dos benefícios alcançados por empresas que investem em doação no Brasil e se esforçam para exercer seu papel de agentes de transformação. Se esse assunto te motivou a entrar ou a inserir sua empresa no cenário da doação no Brasil, leia também nosso artigo sobre Tendências de responsabilidade social para empresas em 2020 ! Temos certeza de que será inspirador!

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